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Bióloga explica o motivo das altas de mosquitos borrachudos e pernilongos em Capinzal e menciona as formas de combate

  • Gabriel Leal
  • 31/01/2024 10:57
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O aumento notável da população de mosquitos borrachudos e pernilongos, especialmente durante os períodos de calor intenso, apresenta uma elevação extremamente atípica no município de Capinzal.

Lidiane Cristiane da Silva, bióloga da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, destaca que o desequilíbrio nessa população é causado por fatores como desmatamento, despejo de lixo e dejetos humanos e animais nos rios, e morte de predadores naturais como peixes, sapos e pássaros.

Entender o comportamento desses insetos é essencial para o controle. O borrachudo, de hábitos diurnos, necessita de água corrente para procriar e sobreviver. Durante as fases de ovo, larva e pupa, requer luz, matéria orgânica, água corrente, oxigênio e material para se fixar. A fêmea deposita ovos em folhas e capins próximos da água, podendo colocar de 100 a 600 ovos por vez, dependendo da espécie. Larvas se fixam em materiais submersos e se alimentam de matéria orgânica diluída na água.

Elas respiram com oxigênio e são mais ativas em águas quentes, onde incide a radiação solar. A pupa, semelhante a um casulo, não se alimenta. Depois de cerca de cinco dias, ela se rompe e o borrachudo sai em busca de alimentos. Somente a fêmea pica porque ela precisa de sangue quente para o processo de ovulação. O macho se alimenta de néctar das flores e seiva das plantas. O ciclo de vida do borrachudo dura cerca de 45 dias.

Reduzir a população desse inseto envolve ações de preservação, educação ambiental e engajamento comunitário. A preservação da mata ciliar, nas margens dos rios, proporciona sombra, dificultando a entrada de luz e diminuindo a temperatura do ambiente, servindo como abrigo para predadores e uma barreira contra o deslocamento do inseto. O cuidado adequado com resíduos é vital, removendo o alimento das larvas, diminuindo sua superfície de fixação e preservando os predadores naturais. Manter os rios limpos é crucial. O uso de BTI, um bacilo natural aplicado diluído em água, é uma alternativa eficaz para o controle na fase de larva.

A bióloga destaca um programa da Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente, com apoio técnico da EPAGRI, chamado Programa Viva Bem Capinzal. Este programa utiliza o BTI em pontos específicos do rio Capinzal e Lajeado Santa Cruz, contribuindo para o controle da população de borrachudos.

Créditos: Colaboração - Lidiane Cristiane da Silva


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