Jornal A Semana

CONTOS DE FADAS E DIVERSÕES

  • Capinzal FM
  • 07/03/2019 10:00
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Porque gostamos de histórias, contos de fadas? E por que a diversão nos alegra?


Apesar das modificações ocorridas na produção da linguagem e da literatura, com tantas novidades tecnológicas, a arte de contar ou cantar histórias ainda é mágica. Cria-se a ilusão da eternidade, sobrevivendo, portanto, às invenções eletrônicas. Meu pai partia de uma ideia comum, criava seu núcleo central e mudava o final, porque se sentia sujeito da história que contava.


A contação de histórias ou de contos de fada era uma tarefa das avós, das mães e também dos pais, quando a televisão ainda não havia ingressado no interior das famílias. Muitas vezes, as histórias inspiravam as ações de trabalhar, fazendo serão, confeccionando tranças, chapéus, preparo de lãs para cobertores. Pergunte às pessoas mais velhas.


Ainda existem discussões sobre as datas em que começaram os contos de fadas. No entanto, seu registro impresso foi possível com a invenção da imprensa, em 1450, e a publicação de “Peau d'âne” (Pele de asno), no dia 11 de janeiro de 1697, em versos, por parte de Charles Perraut, na França. É uma coletânea que, inicialmente, reuniu oito histórias, a exemplo de As Fadas, Chapeuzinho Vermelho, Henrique, o Topetudo, A Cinderela, Os Desejos Ridículos, O Gato de Botas. Já leu todos?


Como não citar as edições dos Contos dos Irmãos Grimm, cuja publicação é de 1812, reeditada em 1815, e voltada especificamente para as crianças? Lembre-se destes: O Músico Maravilhoso, Os Dois Irmãos, Gentalha, Rapunzel, A Serpente Branca, O Pescador e sua Mulher, A Raposa e os Gansos, O Pobre e o Rico, e muitos outros.


Hans Christian Andersen é tido como o maior escritor de contos para crianças e fundador da literatura infantil. Entre os anos de 1835 e 1842, publicou seis volumes de contos. Figuram entre eles: O Soldadinho de Chumbo, A Rainha da Neve, A Pequena Vendedora de Fósforos, O Patinho Feio, A Pequena Sereia. Já contou algum desses para seus pequenos?


Nos dias atuais, nem sempre as avós ou os pais contam histórias, pois os programas de entretenimento apresentam outras opções, bem como as redes sociais contam outros tipos de narrativas. Muitas famílias deixam as crianças aos cuidados de babás ou irmãos mais velhos. Sim, os tempos mudaram e quando os contos de fada se transformam em desenhos animados as crianças partem para suas viagens favoritas.


As crianças amam os contos de fadas porque resolvem suas inseguranças e se encontram com sua própria linguagem, trabalhando em si elementos que constroem a felicidade.


Há um encantamento, um maravilhar-se próprio. Desse modo, como o cenário ocorre distante, como um palácio, uma floresta, um grande ou pequeno reino, bichos, mistérios, e a ausência de características pessoais de reis, rainhas, princesas, dá a entender a força que essas histórias têm de se ligarem à realidade de cada um.


Os adultos também adoram histórias, repetindo, talvez, uma história que ouviu dos antepassados. As escolas de samba, por exemplo, cantam os contos de fadas em seus desfiles, em muitos casos com grandes aparatos e imagens. Já ouviu ou viu algum desses nos desfiles das escolas de samba há algum tempo ou recentemente?


Por quê crianças e adultos gostam? O conto de fada não separa o sagrado do profano, nem o humorístico do trágico, nem se esquece de seres, objetos e lugares sobrenaturais entendíveis pela mentalidade infantil, e pelos adultos também.


Os contos de fada nascem do povo. Se você costuma transmitir para seu filho ou filha os contos de fada, quer lendo ou recitando de cor e recriando, está de parabéns. Finais felizes são profecias de que a felicidade é possível, apesar das dificuldades existenciais.


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