Jornal A Semana

COOPERATIVISMO

  • Douglas Varela
  • 07/07/2018 10:32
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1º. De Julho foi dia internacional comemorativo do cooperativismo. Comemorado no primeiro sábado de Julho, neste ano passou para o dia 1º. Merece uma pincelada sobre o que pode modelar os ambientes de cooperativas. O cooperativismo pode ser um ambiente de cooperação. E não é!? Sim e não! Sim porque há em muitas, pequenas e grandes que são apoio, colaboração e progresso. Não, porque junto à afiliação à cooperativa pode ocorrer e ocorre escondida omissão na luta por sua finalidade e parceiros.
A Igreja entendeu e entende que o compromisso cristão não nos separa do compromisso humano, portanto social e político. Não há, afinal, separação entre o divino e o humano. Muitos desejam a separação. Manifestam-se, por vezes, de maneira altissonante em sua pregação. Mas o próprio Jesus, não só, se colocava em favor dos desprivilegiados pela sociedade tanto do alimento como nos direitos. Exigia justiça social dos seus seguidores. Deveriam estes segui-la melhormente que os próprios homens das leis(Cf. Mt 5,20)..
Na História, a Igreja, obrigatoriamente acompanhou este enlace. O fez de maneira até demasiado comprometida, especialmente no mundo político. Mas não podia e não pode se omitir. O Papa Francisco, na “Alegria do Evangelho”, expõe seu pensar de maneira a incluir a possibilidade de imperfeição, quando diz: “repito aqui, para a Igreja, aquilo que muitas vezes disse aos sacerdotes e aos leitos de Buenos Aires: prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças....Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida”. E finaliza com Jesus dizendo: “Dai-lhes vós mesmos de comer (Mc 6.37). (EG n. 49).
No dizer de Francisco, o envolvimento nas questões sociais faz parte desta Igreja. Como fez na história. A Igreja tentou, de muitas maneiras no seu histórico envolver-se. Tem sido a mais persistente Instituição organizadora de cooperativas. Muito mais que Marx e seus discípulos, tendo estes em mãos poderes de domínio em diversas nações.
As cooperativas podem não ter a premissa da liturgia, mas devem ter o percurso da justiça social. Pequenas e grandes. Nas pequenas ocorre mais facilmente. Nas grandes a participação é mais complexa! Esta análise pode ser facilmente percebida quando delas fazemos parte.
Hoje o cooperativismo abrange muitos tipos e tamanhos. Visam a proteção financeira diante da produção, consumo, defesa de direitos e outros propósitos. Quase sempre classificadas pelos objetivos visados.
Porém, na adesão livre, cooperativa, solidária com suas finalidades e seus pares, está suposta a coerência, diferenciando-se dos trustes e gangues. Estes, tidos como ilegítimas e ilegais. A proteção deve existir por parte das leis, pois não visam os objetivos do corporativismo.
Saudamos e aderimos ao cooperativismo. Se a humanidade caminha para o melhor, este haverá de crescer porque é força de união e de justa reivindicação de direitos para os mais fracos. Pretendem ser uma parede ao capitalismo selvagem. E enquanto a solidariedade for sua energia e as miragens da ganância não contaminar as cabeças e corações dos seus ativistas as perspectivas serão humanas e cristãs nos seus alcances.
Para tanto devem ser protegidas pelas legislações e executadas por participantes conscientes de seus valores e propósitos. A omissão de ambas as partes não podem ser admitidas.
No histórico da Igreja Católica, cooperativas e comunidades eclesiais foram parecidas. Como exemplo podemos tomar as iniciativas dos jesuítas em fundações no Brasil. Semelhantes na colaboração, distintas na finalidade. Umas financeiras sempre, outras globais.


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