Jornal A Semana

História do Capitel de Nossa Senhora de Lourdes - Ramal Durigon

  • Capinzal FM
  • 25/01/2019 10:37
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A partir desta edição, o Jornal A Semana publicará quinzenalmente reportagens especiais destacando os capiteis, as capelinhas e as grutas existentes em diversas comunidades interioranas.

Pequenos oratórios que surgiram há dezenas de anos, muitos com os primeiros colonizadores, e que ainda hoje são referenciais de fé e de devoção. Além de preservar imagens sacras bastante antigas, esses espaços guardam histórias interessantes de superação, de graças alcançadas, de colheitas fartas, que se confundem com a história dos nossos municípios. 

O levantamento histórico foi realizado durante mais de dois meses pelo gerente da Rádio Capinzal/Jornal A Semana, Luiz Pedro Scarton, com a colaboração do diagramador do Jornal A Semana, Douglas José Lucietti Varela e Larissa Cavali. Foram mais de 280 quilômetros percorridos, somente no interior do município de Ouro, em busca de imagens, relatos históricos, fotos antigas e de fatos surpreendentes que precisam e merecem ser preservados.

A proposta deste semanário é expandir as pesquisas para Capinzal e outros municípios da sua abrangência.

Capitel de Nossa Senhora de Lourdes - Ramal Durigon

O primeiro relato é do capitel construído em honra a Nossa Senhora de Lourdes na localidade de Ramal Durigon, próximo a Linha Bonita.


A partir das informações colhidas junto aos colaboradores Celito Baretta e Iracema Baretta Tonial foi possível obter detalhes riquíssimos sobre este oratório.


Chamado de “capelinha” pelos devotos, o espaço foi construído em 1954, portanto há quase 65 anos. Dona Iracema conta que seu pai Valentim Baretta e mais quatro irmãos estavam trabalhando na propriedade da família em Linha Bonita quando foram atingidos por um raio. A forte descarga elétrica fez que uns caíssem sobre os outros.


Segundo ela, um dos irmãos, de nome Valério, ficou gravemente ferido, sem conseguir falar ou se locomover. A família então fez uma promessa: caso ele melhorasse, construiriam uma gruta em homenagem a Nossa Senhora de Lourdes. A graça foi alcançada, a saúde de Valério foi restabelecida e a família então, liderada por Valentim, edificou então o pequeno oratório. Vitale Riquetti, cunhado de Valentim, também auxiliou na obra.


A inauguração foi marcada por uma grande festa que durou o dia todo. Ao longo dos anos outras festas e outras celebrações foram realizadas no mesmo local, inclusive casamentos.


Atualmente, o capitel é cuidado por vizinhos e por devotos, mas há muito tempo não ocorrem celebrações oficiais no local.

HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA DE LOURDES

A caminho do rio Gave, na França, 3 crianças chamadas Bernardete Soubirus de 14 anos, sua irmã Marie Toinette de 11 anos e a amiga Jeane Abadie de 12 anos, as 3 (três) amigas foram buscar lenha na mata que ficava perto da Vila. Quando passavam perto de uma gruta, Bernardete ouviu uma voz que vinha de dentro, era de uma mulher camando-a carinhosamente.

Bernardete, curiosa e obediente, entrou e viu a figura de uma jovem mulher, muito bonita, vestida de branco com uma faixa azul na cintura e nas mãos um rosário com contas de pérolas. As duas começaram a rezar juntas e, pouco depois, Maria desapareceu. Durante 5 (cinco) meses, Maria, continuou aparecendo para as 3 (três) meninas, sempre, marcando o dia e a hora que iria aparecer para elas.

Assim, no dia 11 de fevereiro de 1858, começava a devoção a Nossa Senhora de Lourdes, cujos fatos e aparecimentos aconteceram na cidade de Lourdes.


A notícia das aparições se espalhou e como ninguém conseguia ver ou ouvir, gerou muita desconfiança e dúvidas. Bernardete foi vítima de zombarias e agressões por parte da população e, até, o Governo Francês se envolveu vindo a interditar a gruta. Mas Bernardete, fortalecida pela fé, se manteve firme e insistiu para que se construísse, ali, uma Capela, a pedido de Nossa Senhora.


A desconfiança para com Bernardete continuava, tanto da população quanto da própria Igreja, por isso, Nossa Senhora, numa das últimas aparições pediu a Bernardete que fosse até a gruta em determinado dia e hora e ali cavasse o chão com as próprias mãos, mas ali era sabido que era um local muito seco. Bernardete obedeceu e brotou uma linda a abundate fonte de água. O povo acudiram em massa em busca desta água e as curas e milagres foram acontecendo.


Diante dos milhares de curas e milagres a Igreja, no dia 18 de janeiro de 1862 através de Dom Laurence, bispo de Tarbes, tomou a seguinte posição “Inspirados pela Comissão composta por sábios, doutores e experientes sacerdotes que questionaram as crianças, estudaram os fatos, examinaram tudo e pesaram as provas, a ciência foi chamada, e estamos convencidos de que as aparições são sobrenaturais e divinas, e que por consequência, o que Bernardete viu foi a SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA, convicção baseada nos depoimentos de Bernardete, dos fatos, acontecimentos e milagres, concluímos e conclamamos que não podem ser outra coisa senão uma irtevenção DIVINA”


Assim nasceu a devoção a Nossa Senhora de Lourdes onde em 1876 foi edificada a Basílica de Lourdes no local onde Maria havia aparecido e a fonte de água havia brotado. Também, nestas aparições, ficou confirmada que ELA era a IMACULADA CONCEIÇÃO, título este dado a Maria 4 (quatro) anos antes pelo Papa Pio IX.


A grande mensagem que Nossa Senhora nos passou em Lourdes foi de: conversão, penitência e a reza do terço.


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