Jornal A Semana

IMPORTÂNCIA DA PESQUISA

  • Douglas Varela
  • 14/07/2018 09:05
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Entres as datas comemorativas no mês de Julho está a criação do IBGE (06), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Bem vindo o Instituto! Bem vindo seu significado!

Tanto na estatística, quanto na geografia seus dados merecem consideração. Nosso jeito de agir se desvincula demasiado das estatísticas. O planejamento eficaz parte dos pressuposto dos dados. Como trabalhar a realidade senão pela compreensão da mesma!?

A imensa e diversa geografia do país e suas culturais regionais, vem dar destaque a uma atenção também diferenciada, regionalizada, pontual. Junto aos dados gerais as pesquisas pontuais, locais podem e devem contemplar a busca de metas. Cabe em seguida ao poder público e à sociedade aplicar os recursos para objetivar os avanços.

Para nós, nós, comunidades cristãs, católicas, seus dados devem estar presentes para as ações pastorais. Desde a década de 1950 na ação pastoral brasileira a coordenação nacional dos bispos – CNBB – nos traça um perfil da realidade para objetivar sua e nossas ações evangelizadoras. Tomemos como exemplo as atuais diretrizes gerais da ação evangelização da Igreja no Brasil – 2015 – 2019. No documento: “contexto atual”, destaca a importância de se prestar esmerada atenção à realidade que desafia à Igreja e suas comunidades. Estamos vivendo uma “mudança de época” e não apenas uma época de mudança, rotineira na era moderna. Temos daí urgências a enfrentar...

Vale dizer com todas as letras que não basta “conservar” o que se fazia, mas é necessário partir para um global enfrentamento evangelizador planejado...

“A conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária”. ( DA,n.370).

O significado destas palavras nos leva a dois pontos fundamentais: observar melhor a realidade e promover a capacidade evangélica de conversão. Portanto, mudança de visão e atitudes, pois os dados, a realidade nos pressiona a assim agir. Não são palavras ao vento. São palavras analisadas a longo tempo, e são palavras reconhecidas como necessárias. Não haveria necessidade de conversão missionária tão proclamada se os dados da realidade não se fizesse imperativo.

Salientar o fato do IBGE, suas estatísticas produz cultura. Seus dados pretendem fornecer informação. Mas seu maior benefício é formar atitudes pertinentes. Cultura de estatística, de análise das causas, de projeção de mudanças, de execução e de medição de metas.

Partindo da validade da fé, e do imperativo de Cristo – ide – nós da base comunitária eclesial necessitamos ver o que vivemos e presenciamos ao nosso redor. A ordem de Cristo e a confrontação com a realidade que o motivava, nos obriga a mudar. Quer-nos dizer então as palavras de Aparecida: vejamos bem antes para adequar melhor as ações pastorais.

Jo 4,4 nos diz que “era preciso passar pela Samaria” a respeito de Jesus e a Samaritana. Quer dizer que, para colaborar com o outro é necessário ir, conhecer a realidade de onde o outro provém, quais suas crenças, os seus valores, enfim, conhecer o território dos outro. Há uma idéia demasiada comum de evangelizar jogando a semente de Deus ao vento...partindo apenas da semente que é a Palavra, descuidando do chão onde a semente é colocada. Não é assim a eficácia da agricultura moderna. As ações de Jesus e as atitudes dos primeiros evangelizadores, anotadas nos Atos dos Apóstolos, mostram um melhor processo evangelizador.

Sim, bem vindo o IBGE e todas as pesquisas honestas da realidade. Bem vinda a escuta e vivência de nossas pequenas realidades. Pequenas e de tamanha importância! Ali pode acontecer a conversão pastoral.

Enfim, demos valor ao ”ver”, ao “escutar”, ao “observar”, ao “compreender” e a revelação do outro, dada por ele mesmo... É a melhor escola de nossa própria formação, pois para crescer em nossa identidade é preciso “sair”. Relacionar-se pode fazer-nos crescer!


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