Jornal A Semana

Já são mais de 300: Os estrangeiros não param de chegar

  • Douglas Varela
  • 29/06/2017 08:34
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Diariamente pessoas do mundo todo estão deixando sua terra natal para buscar uma condição de vida melhor em outros países. Para a maioria, a distância e a escolha não são nada fáceis, pois sempre deixarão para traz familiares e amigos.

Esta situação se encaixa perfeitamente com os estrangeiros que nos últimos anos passaram a somar à população de Capinzal e Ouro. A maioria são haitianos e africanos que vieram para trabalhar na BRF, empresa que atua no abate e processamento de carne de frango e que hoje emprega mais de 4 mil pessoas.

Conforme a Pastoral do Imigrante, atualmente cerca de 300 estrangeiros residem nas duas cidades. No começo eram apenas homens, mas nos últimos meses o número de mulheres aumentou a medida que esposos e familiares conseguiram se estabilizar em terras estrangeiras. Na semana passada um grupo de 45 africanos chegou ao município.

De acordo com a Irmã Irma Pizoni, membro da Pastoral, ao mesmo tempo em que novos grupos vão chegando, outros acabam optando por mudar de país ou até mesmo voltar para casa. O fato se deve a redução do número de contratações na agroindustrial local, sendo que outras empresas dificilmente acabam contratando estrangeiros, principalmente pela dificuldade do idioma.

Para aqueles que insistem em permanecer acabam enfrentando condições difíceis de moradia e alimentação. O alto valor dos alugueis comprometem o orçamento. Em algumas casas e pensões por falta de dinheiro existem grupos que fazem apenas uma refeição por dia, dependendo muitas vezes de doações. Uma campanha foi realizada recentemente pela Igreja São Paulo Apóstolo, através da Pastoral Familiar, e arrecadou mais de 100 cobertores.

A religiosa destaca que apesar da grande solidariedade da comunidade capinzalense, ainda existe desconfiança, racismo e até mesmo falta de apoio do poder público. “Penso que a Secretaria de Assistência Social do município deveria dar uma atenção melhor, no mínimo saber quantos são e quais as condições em que eles vivem” destacou a Irmã Irma.


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