Jornal A Semana

Jejum e Quaresma.

  • Douglas Varela
  • 03/04/2017 06:45
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Jejum é palavra freqüente em todas as quaresmas! Componente “essencial” de nosso paradigma quaresmal. Chega a ser interessante o exercício individual do jejum...
A Bíblia menciona muito o jejum. Um forte componente da espiritualidade do povo de Israel. Deus porém não instituiu o jejum na Lei dada aos israelitas. O primeiro jejum que aparece na Bíblia é o de Moisés quando subiu o monte para receber as taboas da Lei, ficando quarenta noites sem comer.
Em Isaias, capítulo 58 versículos 1 a 9, que merecem ser lidos e meditados, se lê ser verdadeiro o jejum que é o despojar-se de si mesmo. Esse é aceito pelo Senhor. O jejum que Deus deseja.
Jesus não descarta o jejum. Significativa passagem do evangelho de Mateus (9,14-15) Jesus mostra o sentido do jejum e sua diferença entre o costume dos antigos e dom de sua presença. É como na festa de casamento. O noivo está presente. E enquanto assim for, é banquete, é festa. E em festa de mesa é aconselhável, diz a medicina, não se envolver em más notícias. Afetam até mesmo o comportamento do aparelho digestivo. Certamente afetam muito mais a amizade. E afetam de maneira extrema a justiça! Isto no banquete do Cordeiro de Deus, em que Jesus é o noivo.
Vamos aoportuna sugestão do Papa Francisco em mensagem para nossa quaresma de 2017:
“Jejum de palavras negativas e dizer palavras bondosas.
Jejum de descontentamento e encher-se de gratidão.
Jejum de raiva e encher-se com mansidão e paciência.
Jejum de pessimismo e encher-se de esperança e otimismo.
Jejum de preocupações e encher-se de confiança em Deus.
Jejum de queixas e encher-se com as coisas simples da vida.
Jejum de tensões e encher-se com orações.
Jejum de amargura e tristeza e encher o coração de alegria.
Jejum de egoísmo e encher-se com compaixão pelos outros.
Jejum de falta de perdão e encher-se de reconciliação.
Jejum de palavras e encher-se de silêncio para ouvir os outros.
O jejum que eu quero, diz Deus, é quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição (cfIs 58, 6ss).
Em Jesus o jejum é tão íntimo que se for contado já não é mais para Deus: “porém tu, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto. Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em oculto; e o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa (Mt 6, 17-18).
Aparência é para a justiça dos homens; princípio e fidelidade, são para a justiça de Deus.


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