É impossível ouvir as notícias do escárnio político sem que um sentimento de (enorme) indignação nos tome. A cada dia um novo tapete é arredado e nova sujeira surge, verdadeiras podridões estão aparecendo no cenário político e empresarial do país.

Não se pode deixar de indagar: _O que falta vir ainda? E: _Como terminará tudo isso? Não sabemos, mas enquanto o final não se aproxima, enquanto o Brasil ainda se ache neste lamaçal, estamos nós apáticos aguardando o desfecho, tementes que tudo “termine em pizza”. Nós que já pintamos a cara, choramos com o Hino Nacional, batemos panelas, assinamos baixo- assinados, pedimos impeachment, estamos apáticos. Talvez, a apatia decorra do sentimento de idiotismo, de insignificância pessoal ante o tamanho da Corrupção e da quantidade de Corruptos, onde já não vemos, já perdemos de vista o Honesto, o Correto e o Ético. A apatia advém também da desesperança de um povo que se acostumou com a impunidade; com um povo que por muito acreditou que a corrupção era o caminho da vantagem e do Poder, que não sem razão se tornou o Povo do “jeitinho”, do enraizado “jeitinho brasileiro”... Foi diante deste cenário do “jeitinho”, dos “amigos do Rei”, “dos favores”, que o Mal ganhou proporção em face da inoperança do Bem. Acredito que o Mal é a inexistência do Bem, e onde o Bem não atua o Mal ganha a vez – é a dualidade operando. E não é diferente no cenário nacional atual, onde os Bons se calaram e os ruins se sobrepuseram! Assim, é hora de os bons falarem, tomarem sua vez, tomarem assento, usarem a voz. Como? Acredito que por meio das pequenas atitudes, e, para com os próximos mais próximos, na família, no trabalho, na comunidade; no exemplo da solidariedade, da fraternidade, da ética, da boa moral, da gentileza e da correição.

O momento exige uma coalização entre o Certo e o Errado, o Justo e o Injusto, o Ético e o Antiético. E esta coalizão será promovida pelos Homens de Bem, pelos Honestos que se cansaram de ver os injustos e os egoístas atuarem. É a correição da conduta que legitima a crítica, a busca e o amparo naqueles que “podem” – podem porque tem o Poder para tal, ou podem porque estão aptos: é o caso do Bom Juiz, do Bom Político, do Bom Servidor, do Bom Policial, do Bom Cidadão, do Bom Eleitor, todos juntos marchando rumo ao fim deste triste período na história brasileira. Afinal, ...vem outra noite, novas notícias de escândalo, e tão logo terminado o telejornal, vem a colorida novela, dormimos e acordamos em um novo dia, um novo dia que nos permite FAZER ALGO por esta história toda, afinal “o futuro é o amanhã que se faz hoje”.