Jornal A Semana

Oratório em honra a Santo Antônio de Pádua em Linha Leãozinho

  • Capinzal FM
  • 10/03/2019 10:00
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As informações estão baseadas em depoimentos colhidos junto ao agricultor Dorvalino Biazi e do casal Danilo e Zaíra Perin Pissolo que residem na comunidade.


Não é possível precisar a data em que o referido capitel foi edificado. Os moradores ouvidos pela reportagem acreditam que a construção tenha ocorrido antes da década de 30 e que o responsável seria o senhor Luiz Santoro apoiado por outras famílias como: Tonini, Andreoni, Fontana e Guela. Esta última teria se mudado para a cidade de Erechim (RS) onde foi precursora da fábrica de doces Peccin.


A primeira construção foi em madeira e coberta por costaneira ao lado do campo de futebol da comunidade.


Uma das referencias históricas narradas é que o capitel serviu de abrigo em muitas oportunidades para os colonizadores italianos e para os bugres. Eles fugiam das investidas dos jagunços que atuavam na região e recrutavam as pessoas para lutar na “Guerra de Irani” (Contestado).


Muitas festas comunitárias foram realizadas e muitos casamentos foram celebrados no entorno deste oratório. Atualmente a zeladora do local é a senhora Ines Massocatto.


A comunidade de Linha Leãozinho mantem a tradição de rezar o terço no capitel no dia dedicado a Santo Antonio de Pádua.

SANTO: SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA
Santo Antônio nasceu em Lisboa, em data indefinida, a tradição indica 15/08/1195, outros propõem 1191 e outros 1188 e tampouco se sabe o nome de seus pais, alguns historiadores propõem como certo Martinho Bulhões e Maria Tereza Taveira.


Iniciou os estudos na Igreja de Santa Maria Maior (hoje Sé de Lisboa), sob a direção da Ordem dos Regrantes de Santo Agostinho. Com certeza aí foi moldado seu caráter, tendo ingressado adolescente na mesma Ordem no Mosteiro de São Vicente e mais tarde transferido para o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.

Vendo os corpos dos frades missionários franciscanos, martirizados, daí surgiu o grande desejo de ingressar na missão e ir para o Marrocos.


Foi para a missão, que tanto desejava, para Marrocos, mas chegando lá foi acometido por grave doença, antes mesmo de proferir um único sermão ou converter nenhum mouro. Foi convencido a voltar onde se encontrou com o fundador dos franciscanos, São Francisco de Assis onde foi designado para um eremitério em Montepaolo na província Romagna, tendo, ali, iniciado suas grandes meditações.


Era muito fluente em suas pregações e um grande estudioso, com isso lhe rendeu muitas missões dentro da Ordem, a primeira foi a de suceder São Franscico de Assis, como Provincial, após sua morte e também de finalizar e levar ao Papa Gregório IX as regras definitivas da Ordem para aprovação. Durante sua missão, como Provincial, foi muito ativo no combate as atrocidades dos políticos tiranos com grandes missões em Pádua até com a construção de um eremitério.


Pouco depois da Páscoa do ano de 1231 sentiu-se mal, declarou-se hidropisia, deixou Pádua e se hospedou na casa do conde Tiso. Percebendo que a morte estava próxima pediu para ser levado de volta a Pádua e foi recebido pelas irmãs Clarissas de Arcela, vindo a falecer no dia 13/06/1231. Foi canonizado em 30/05/1232 pelo papa Gregório IX. Hoje seus restos mortais repousam na Basílica de Santo Antonio de Pádua.


Um fato importe foi que quando abriram sua tumba para o traslado dos restos mortais a “sua língua foi encontrada incorrupta” onde São Boaventura, presente no ato, declarou que este milagre era prova de que suas pregações eram inspiradas por Deus.

DEVOÇÕES A SANTO ANTONIO
Santo casamenteiro
Esta devoção surgiu de um costume ou tradição que existia na época onde a moça ou os pais deviam pagar um dote aos pais do noivo. As moças pobres que não tinham como pagar tal dote recorriam ao Frade Antonio, pedindo ajuda a ele. Conta-nos a história que não deixava nenhuma sem ajuda, isto ele o fazia em vida.

Nos conta a história que uma moça desesperada porque não tinha como pagar o dote recorreu, em oração e súplica, a Santo Antonio e este a atendeu deixando cair um bilhete de suas mãos. O dito bilhete a mandava entregar a um tal ....... comerciante que dizia para entregar a moça tantas moedas de prata quanto o peso do bilhete.

Colocado na Balança foi necessário 400 moedas de prata. O comerciante assustado se lembrou que havia feito uma promessa de doar 400 moedas de prata e não havia cumprido com a promessa. São algumas histórias da devoção de Santo Casamenteiro.


Santo das coisas perdidas
É meio comum, entre nós, alguém pedir para rezar o “Siquaeris Miracula” para ajudar a encontrar algo que perdeu ou que alguém a levou, esta oração é extraído do ofício de São Juliano de Espira. Conta-nos a história que o frade Antonio estava ensinando teologia aos frades, um deles fugiu levando consigo o livro de anotações do pregador.

Como tinha muitas coisas importantes anotadas, rezou pedindo a Deus para reaver o livro. O frade fugitivo ao atravessar uma ponte começou a ter visões do demônio e assustado voltou e devolveu o livro ao frade Antonio confessando sua culpa.


O pão dos pobres
É tradição e devoção no dia de Santo Antonio de Pádua, após as celebrações abençoar os pães e distribuir aos fiéis, onde o pequeno pão é repartido e consumido em família como forma de pedir proteção.


Muitas histórias são contadas de promessas que eram feitas e se alcançasse a graça distribuiria pão ou farinha aos pobres.


A mais interessante de onde surgiu “o pão de Santo Antonio” tem origem de um fato que aconteceu com ele no Convento. Como se comovia com a fome dos pobres, certo dia, distribuiu todo o pão do convento aos mesmos. O frade padeiro ficou em apuros quando na hora se servir a refeição não encontrou mais pão para os frades comer.

O frade em apuros foi contar a Antonio o ocorrido pensando alguém ter roubado os pães. O frade Antonio (Santo Antonio) pediu para que ele verificar melhor onde havia deixado os pães e para sua surpresa lá estava todo o pão e muito mais em tal quantidade que todos os frades comeram e ainda foi distribuído a todos os pobres da comunidade.


Junto a esta piedade ou devoção há também uma forte espiritualidade, ou seja: “O PÃO SE CONSOLIDA NA PARTILHA". 


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