Jornal A Semana

PAPA FRANCISCO E A BUSCA DA PAZ

  • Douglas Varela
  • 31/03/2018 10:33
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Estamos numa semana tradicionalmente diferenciada. Para nós cristãos, semana da Paixão e Ressurreição do Senhor Jesus. Cabe-nos também diferenciar, tomando os propósitos do caminho percorrido durante a Quaresma, algo sobre o mundo em que vivemos e a diária que faz parte de nosso imediato: a busca da superação da violência e construção da paz.

Um tempinho para curtir o que se passa é certamente também nosso modo de celebrar o que somos convidados a participar, diferente ou não de nossas semanas comuns.

Muitos já estiveram alinhados com o tema da Campanha. Mas todos estamos permeados, senão diretamente da violência, pelo menos do seu noticiário. Dados, exemplos, vídeos e comentários não faltam, nem na mídia aberta e menos ainda nas redes sociais.

As atitudes do Senhor Jesus também batem a nossa porta. Elas entram. Revelam o caminho: amor. Refletem suas causas: o valor do ser humano, digno de toda a misericórdia do Pai e do seu valor estabelecido por Ele. Aliás, por tamanho zelo, fez de seu filho prova de amor. Glorificado pela cruz – esquisito – ressuscitou conforme os testemunhos. Hoje, inegável sua presença no mundo, mesmo em paradoxo de muitos.

“Seu” elegido Pedro – no caso hoje Francisco – nos prende a atenção quando teimosamente nos lembra 250 milhos de imigrantes fora de suas casas buscando lar; 22 milhos de refugiados da fome, guerra, ganância de próprios seres humanos que se apoderam do poder e da exploração dos pequenos. Recorda assim os leprosos, cegos, coxos, enfim os das margens do caminho humano, que Jesus abraçava.

O esforço de Francisco também – e o Dele também - em responder diante de tantos gritos humanos, mostra-nos o caminho manter o domínio da paz diante da intolerância expressa, e capacita-nos a superar a revolta com a serenidade do pensamento e das atitudes criadoras de paz. Querem eles dizer que o testemunho de paz constrói a paz. O Francisco de Assis também dizia assim. E tantas vidas dizem assim!

Seus conselhos para integrar em nós natureza da qual somos composição, integrar o convido com todo o universo, incluído fundamentalmente o próximo. Está ai sua carta Laudato Si, exercício para todos os níveis sociais para fazer a paz.

Sua exortação – Amoris Laetitia – sugerindo o que todos gostariam, o colo da geração fosse o aconchego do diálogo, da compreensão da diferenças como convivência, paraíso construído pelo amor de um lar, melhor caminho para a integração humana. Tudo na simplicidade, no respeito à diversidade, na valorização do universo.

Martin Luther King, Gandhi, Tereza de Calcutá, e tantos e tantas por estes caminhos ou por outros, pelos mesmos conceitos ou por outros, de paz; por olhar ao crucificado ou não derramando a própria vida para que “todos” tivessem a vida... Quanto caminhos de busca da procura da paz!

Vale recordar o diálogo entre o presidente Temer na insistência da presença de Francisco, através de carta, na celebração dos 300 anos de Aparecida. Educadamente escreveu Francisco: “Sei bem que a crise que o país enfrenta não é de simples solução, uma vez que tem raízes sócio-politico-econômicas, e não corresponde à Igreja nem ao papa dar uma receita concreta pra resolver algo tão complexo. Porém não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas solução fáceis e superficiais para crise que vão muito além da esfera meramente financeira”. E foi além Francisco: ... afinal, como haverá paz com tanta miséria e desigualdade”?

Uns minutos voltados para a superação da violência podem valer muito. Até mais que os bilhões voltados às armas, voltados à manter a desigualdade social e moral, voltados ao poder da violência pela violência.

Uns minutos, nesta semana, podem proporcionar luzes para a vida e esta pode gerar fatores de paz para nossos passos, nossos propósitos, enfim, nossas ações concretas!

Tenhamos uns minutos com Ele! Fará bem para você, para nós, e para a humanidade!

 

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