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Reinaldo Durigon e Pedro Francisco da Silva Neto recebem Título de Cidadão Honorário de Capinzal

  • Jardel Martinazzo
  • 18/01/2020 13:55
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Fotos: Rádio Capinzal

A noite desta sexta-feira (17) ficará marcada na história dos senhores Reinaldo Durigon e Pedro Francisco da Silva Neto, que passaram a integrar um seleto grupo de vinte ilustres personalidades que receberam o título de Cidadão Honorário de Capinzal. A honraria foi entregue em sessão solene na Câmara de Vereadores sob a presidência do vereador, Renato Marcelo Markus e com a presença dos demais parlamentares, ausência apenas do vereador Gilmar Junior da Silveira.

Na bancada estiveram os homenageados, suas esposas e a prefeita em exercício, Noemia Bonamigo Pizzamiglio. Na plateia, muitos amigos, familiares e diversos convidados. Além disso, muitas pessoas puderam acompanhar através da internet, já que o evento foi transmitido ao vivo pelo site da Câmara e em suas redes sociais.

Os vereadores Kelvis Borges e Lucas Dorini, em nome dos demais parlamentares, fizeram uma explanação e justificaram o motivo pelo qual foram aprovados no final do ano passado os projetos de decreto que concede o Título de Cidadão Honorário de Capinzal.

Depois da leitura dos históricos, os vereadores Bruno Michel Fávero, Kelvis Borges, Rafael Tonial e Renato Marcelo Marcus entregaram uma placa ao senhor Reinaldo Durigon. Enquanto que os vereadores Alcidir Afonso Coronetti, Carlos Adriano Zocoli, Lucas Dorini e Valmor de Vargas entregaram a placa ao senhor Pedro Francisco da Silva Neto. As esposas, Elaine Tercília Durigon e Ângela Matielo da Silva, foram agraciadas com buques de flores.

Durante sua manifestação, a prefeita Noemia Pizzamiglio, destacou que os homenageados são merecedores da honraria por todos os esforços que dispensaram ao longo de suas vidas em prol ao município em suas respectivas áreas de atuação. “Parabéns aos senhores Reinaldo e Pedro por serem cidadãos honorários de Capinzal, não somente pelo título de hoje, mas por toda a trajetória que percorreram”, disse.

Sergio Durigon fez uma explanação e resgatou um pouco da história do pai Reinaldo Durigon. Logo após, Marlo Matielo, rememorou momentos da vida pessoal e profissional do tio, Pedro Francisco da Silva Neto. Ambos agradeceram os parlamentares pela iniciativa e ressaltaram que as honrarias estão em boas mãos. 

Reinaldo Durigon e Pedro Francisco da Silva Neto disseram que foram surpreendidos com o título. Em seus discursos, expressaram o carinho pelo município e recordaram alguns momentos. Agradeceram os vereadores pelas homenagens, os amigos e familiares por terem participado deste momento que eles garantem guardar em suas lembranças.

Pedro Francisco da Silva Neto

O engenheiro agrônomo Pedro Francisco da Silva Neto nasceu no dia 25 de julho de 1.945, na cidade de Soledade (RS). Filho de João Francisco da Silva e Nair Moraes da Silva.

Formou-se em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (RS), em 1.968, e se especializou em Tecnologia de Sementes pela Universidade Federal de Pelotas (RS) em 1992.

Dr. Pedro é casado com Ângela Matielo da Silva e tem cinco filhos: Naira, Alexandre, Ricardo, Gabriela e Carolina. Ele fixou residência em Capinzal no dia 22 de abril de 1.969, portanto há mais de 50 anos.

Formação

Ao longo destes quase 52 anos de dedicação à profissão, o homenageado sempre buscou se atualizar em relação ao meio em que atua. Participou de diversos cursos, estágios e simpósios. Dentre eles: estágio em meteorologia no Instituto Courissat de Araújo, do Ministério da Agricultura, em Porto Alegre; estágio no Departamento de Fitopatologia da Universidade de Santa Maria; participou do Projeto Rondon em Cachoeira do Sul (RS); curso de produção de sementes na Universidade de Santa Maria; curso de extensão rural na extinta ACARESC; treinamento em Fruticultura de Clima Temperado em Videira; treinamento em gado de corte em São Joaquim; primeiro curso nacional de toxicologia dos defensivos e poluição ambiental na Universidade Federal de Pelotas; curso de melhoramento de pastagens e simpósio sobre meio ambiente na Universidade de Passo Fundo; Simpósio de corretivos e fertilizantes e curso de crédito rural e projetos em Porto Alegre; curso de aperfeiçoamento em agrotóxicos oferecido pela ACARESC, além de cursos de engenharia e avaliações e pericias, alimentação e produção de ruminantes e fertilidade de solo.

Experiência profissional

Dr. Pedro Francisco da Silva Neto atuou como extensionista da antiga ACARESC (hoje EPAGRI) nas cidades de Capinzal e Ouro entre os anos de 1969 e 1971. Entre 1972 e 1975 atuou como agrônomo regional da Quimbrasil S/A, de Passo Fundo, com abrangência sobre o norte do Rio Grande do Sul, planalto, oeste e meio-oeste de Santa Catarina. Entre os anos de 1976 e 1995 foi responsável técnico pela PLANTA (Planejamento e Assistência Técnica em Agropecuária) em Capinzal; entre os anos de 1996 e 1998 foi o responsável pela produção de hortaliças no projeto que atendia crianças e adolescentes de baixa renda junto a Fazenda Escola, hoje Parque de Exposições Domingos Pellizzaro. Esse projeto foi o embrião do Projeto CECON/AABB Comunidade; responsável técnico pelas Sementes Paraíso entre 1999 e 2008 e de 2014 a 2018; responsável técnico pela Ourocap Cereais entre 1984 e 1992 e responsável técnico da Agro Divel Ltda, na produção de fertilizantes Orgânicos e Organominerais, de Joaçaba, entre 2002 e 2015.

Entidades de classe

Dr. Pedro foi sócio fundador da Sociedade Brasileira de Toxicologia, do Centro de Estudos Toxicológicos do Rio Grande do Sul, da Associação de Produtores de Sementes de Santa Catarina (APROSESC). Também foi sócio fundador e vice-presidente da primeira diretoria da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Capinzal e Ouro, que neste ano comemora 50 anos de atividades.

Atualmente é sócio da Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de Santa Catarina, do Sindicato dos Engenheiros Agrônomos de Santa Catarina e da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Joaçaba e região. Também foi secretário do Lions Clube Capinzal e Ouro em 1972 e do Ateneu Clube em 1992.

Projetos relevantes

O Dr. Pedro Francisco da Silva Neto contribuiu grandemente para o desenvolvimento da agricultura e da pecuárias de Capinzal, Ouro e de outras cidades da região.

Foi responsável, ao longo dos anos, pela introdução de culturas mecanizadas de: Trigo, Triticale, Centeio, Cevada, Aveia, Soja, Feijão, Sorgo, Milho pipoca, Arroz do sequeiro, Girassol, Lentilha e outras cultivares.

Colaborou na identificação de Antracnose COLLETOTRICUM em Lentilha em lavoura de Capinzal em pesquisa do Dr. Erlei Melo Reis.

Dentre seus maiores projetos desenvolvidos ao longo destas cinco décadas destacam-se:

A construção de Barragem para acumulação de água para irrigação de lavoura de Arroz, com 822m por 5m de altura, na região de Seival, em Caçapava do Sul-RS, no ano de 1968, em parceria com mais dois colegas formandos.

Coordenou a implantação do primeiro confinamento bovino de Santa Catarina, com 25 animais, na fazenda de Waldomiro Panis, em conjunto com o veterinário Dr. Geraldo Bach.

Foi o corresponsável pelo Projeto para utilização do Posto Agropecuário do Ministério da Agricultura de Engenho Novo – Capinzal, hoje Parque de Exposições, por meio da Cooperzal, em 1972, com o Engenheiro Agrônomo Raini Krabbe.

Desenvolveu de forma pioneira o Projeto para plantio de 30 hectares de Nogueira Pecã em Marau-RS, 1974.

Pioneiro no Projeto de confinamento em estábulo para 200 bovinos em Campos Novos, no ano de 1979.

Em 1996 desenvolveu um sistema de produção de Brotos Vegetais com maior produtividade e maior sanidade. Os brotos vegetais produzidos pela família atualmente abastecem os grandes mercados do oeste catarinense.

Introduziu a Biotecnologia de solubilização de fosfatos naturais em Santa Catarina, com a assessoria da KRION, por meio da Agro Divel, produziu 2.400 toneladas de fertilizante organomineral, utilizando pela primeira vez, como fonte de matéria orgânica, a cama de aviário entre os anos de 2004 e 2006.  

Autor do Projeto Inovação com recursos financeiros do FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia), para a produção de Fertilizante Organomineral. Este projeto foi indicado para o Prêmio Nacional de Inovação no ano de 2010. A ideia foi incubada no Instituto Gene, de Blumenau, e seu diretor veio assinar o contrato no Gabinete do Prefeito em exercício Senair Bressan, em 2010.

Responsável pelo Projeto Inovação com recursos da FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina) para a produção de Forragem Hidropônica de milho e trigo para alimentação animal, em 2014.

Foi o autor do Projeto para recuperação dos solos de Capinzal em 1969, executado sob sua orientação nos anos seguintes. Foi sugerido pelo Sr. Carlos Alberto Santos, então prefeito de Capinzal, e apresentado ao Secretário Estadual de Agricultura, que encaminhou um Projeto de Lei na Assembleia Legislativa, sendo criada a Lei de Fundo de Estímulo à Produtividade, que reembolsava o transporte dos insumos modernos utilizados na agricultura em todo o Estado. Foi uma das primeiras leis para estimular e subsidiar a agricultura em nosso país. Devemos isso a então prefeito Carlos Alberto Santos e Dr. Glauco Olinger.

Por sua relevante atuação em prol do meio agrícola e da sociedade, recebeu placa comemorativa aos 45 anos de atuação da AEAJO (Associação dos Engenheiros Agrônomos de Joaçaba), quando proferiu palestra aos colegas sobre solubilização biológica de fosfato natural na fabricação de adubo organomineral, em 2013 e no ano de 2018 a medalha e diploma de Honra ao Mérito Catarinense, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA–SC). A maior honraria do gênero em nosso Estado.

Esses são alguns feitos que marcam a trajetória pessoal e profissional do Dr. Pedro e que o habilitam a receber o título de Cidadão Honorário de Capinzal.

Reinaldo Durigon

O Título de Cidadão capinzalense vem fazer justiça e reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao Município de Capinzal pelo Senhor Reinaldo Durigon, que dos 75 anos que reside em Capinzal, cada dia foi aqui que plantou e planta, e é aqui nessa terra abençoada que cultiva e colhe até os dias de Hoje. 

Abramo Durigon (seu pai) em 1910 veio do Rio Grande do Sul com 16 anos, chegando aqui foi morar na Linha São Paulo, onde trabalhou com os pais e irmãos até conhecer Ana Viecceli (sua mãe), que veio da Itália com 19 anos, com a qual se casou, e foram morar na Linha Bonita, onde sempre se dedicou na agricultura, colaborou na construção da indústria Reunida e na construção da Igreja Matriz de Rio Capinzal, cuidava das parreiras de uva e fazia um bom vinho, assim tiveram seus dez filhos.

Reinaldo foi o sétimo filho da família e foi o primeiro a sair de casa com apenas sete anos, quando então, não estava bem de saúde e não sabiam o diagnóstico, então veio para Capinzal tomar uma injeção para melhorar, mas ao tomar a tal injeção não conseguiu mais caminhar e teve que permanecer na cidade por um tempo para se recuperar, ficando em algumas casas onde o acolheram: Jacob Maestri, Palmiro Germani.

Reinaldo depois de 30 dias começou a caminhar novamente, graças a um pedido de promessa de seus pais.

Então Reinaldo já estava na cidade e se recuperando a cada dia, então começou a fazer alguma coisa, e foi trabalhar na sapataria Antônio Macarani, mas infelizmente não conseguiu seguir a carreira de sapateiro por causa do cheiro forte do couro.

Partiu para nova oportunidade, começou um novo trabalho na oficina de Selvino Suzin, sua função era refilar madeira, preparava madeira para carregar na estrada de ferro e ali trabalhou por cinco anos, depois passou a trabalhar na São José como marceneiro, nesta época já tendo seus 21 anos, e mudou de trabalho novamente indo trabalhar para Mater Ferro, uma fábrica de móveis e ferraria.

Conheceu Elaine Tercilia Serafini no dia em que foi colocada a primeira pedra da construção da ponte Irineu Bornhausen e começaram um namoro, e assim namoraram por três anos, em 1954 seu pai lhe comprou um terreno com uma casa, então se casaram em 1956 na igreja Matriz e a festa aconteceu na casa paterna em Linha Bonita.

Quando vieram aqui morar na casa onde foi presente do seu papai, só encontraram três moradores e seu endereço era Rua São Bento.

Em 1958 seu irmão montou uma fábrica de móveis, ali se fazia “um pouco de tudo”, janelas, portas, engenhos e precisava de ajuda, então Reinaldo foi ensinar seu irmão por oito anos, afinal já tinha experiência na área, nesse período teve dois filhos: Sergio e Celio.

Depois desses anos ajudando seu irmão voltou a trabalhar na Mater Ferro, por mais um tempo e depois foi para Indústria Zortea Branquer, mas quando teve a enchente de 1984 a indústria teve que mudar e foi para Zortea, lá então era fábrica com nome de Lirio Zortea, permaneceu por nove anos e teve mais três filhos a Laenir, Gilberto e Cirangelo, só que depois a fábrica veio à decadência e então só restava voltar a trabalhar em Capinzal, foi à hora de Reinaldo montar seu próprio negócio, e assim montou uma vidraçaria.

Reinaldo e seu filho tocaram a vidraçaria até que chegou um momento em que o movimento era pouco para duas pessoas ficarem ali, neste momento Reinaldo entregou as chaves da empresa para seu filho e disse que dali para frente ele cuidaria sozinho e foi trabalhar na canônica, quando já estava lá, há dez anos Reinaldo precisou fazer uma cirurgia e não poderia mais levantar peso, tinha que ter uma vida mais leve, tranquila.

Para Reinaldo seria uma tortura ficar sem trabalhar, ele que nunca ficou sem trabalho a vida toda, mas estava ciente que precisa se cuidar. Então fez a cirurgia e ficou em uma vida mais calma, mas precisa fazer algo para passar seu tempo então começou a fazer o levantamento da família Durigon e decidiu escrever um livro para contar a história da família, em 2000 fez o lançamento do livro e gostou tanto que deu sequência e escreveu outro livro, e em 2018 fez o lançamento do segundo livro, neste tempo também fazia mais algumas coisinhas em casa, produzia capelinhas e entre outros.

Reinaldo contou que teve o dom de fazer o bem na vida, de ser feliz, sempre teve boas oportunidades, sempre fez bons negócios, nunca teve dividas, sempre procurou resolver com calma cada passo, pois sempre avistava o próximo degrau para subir na vida, contou sem pressa, assim como também é a vida dele, teve o privilégio da participação na fundação do grupo São Francisco.

É Assim que Reinaldo Durigon vive a vida, e segundo o mesmo, “Ter desafios é o que faz a vida interessante, e superá-los é o que faz a vida ter sentido”.

 

 


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