Economia

SINDICADEZAL se manifesta sobre prejuízo da BRF e o não pagamento da PLR

  • Jardel Martinazzo
  • 03/03/2017 21:58
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Os trabalhadores da BRF foram pegos de surpresa com o anúncio de que a empresa, dona das marcas Sadia e Perdigão, não pagará a PLR (Participação dos Lucros e Resultados) em virtude ao prejuízo líquido de R$ 372 milhões em 2016, ante um lucro líquido de R$ 2,9 bilhões em 2015. Mesmo sendo o melhor período com vendas de carnes típicas do final de ano, o resultado negativo foi provocado pelo desempenho do quarto trimestre com uma perda de R$ 460 milhões.

O presidente do Sindicadezal, Ludovino Soccol, que representa os trabalhadores da unidade de Capinzal, explicou que até então não havia se manifestado a respeito do assunto uma vez que precisava antes disso se reunir com a Federação e demais Sindicatos pertencentes à base da BRF. Durante reunião em Florianópolis na quinta-feira, dia 02, quando foi discutido sobre o piso regional, também se decidiu pela realização de um encontro em Capinzal.

A reunião aconteceu na noite desta sexta-feira, dia 03, e contou com a presença do presidente da FETIAESC - Federação dos trabalhadores nas indústrias de carnes, indústrias de alimentação e afins do estado de Santa Catarina, Miguel Padilha, o qual lamentou esta situação e informou que no dia 08 de março a Confederação Nacional e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) estarão fazendo um levantamento para saber os investimentos feitos pela empresa e os motivos pelos quais levaram estes resultados negativos.

“Não sabemos quais os investimentos feitos no mundo pela empresa que justifique isso, ou se foi usado a parte que seria do trabalhador também para investir lá fora e, de repente não sobrou. Isso que buscaremos esclarecer”, disse Padilha que também se mostra preocupado com a negociação salarial, sendo que nas primeiras negociações a empresa sinalizou que não pretende sequer repassar a inflação.

O presidente do Sindicadezal comenta que na unidade de Capinzal circulam informações inverídicas de que no acordo previa um pagamento de até R$ 450,00 mesmo com prejuízo. “Isso não procede, a partir do momento que deu prejuízo a empresa não tem como dividir, pois não houve lucro”, comentou Soccol o qual acrescentou que no acordo prevê que a partir do faturamento de R$ 820 milhões seria garantido ao trabalhador R$ 450,00 e 6% do faturamento líquido rateado para todos os trabalhadores da companhia.  

 Atualmente a unidade de Capinzal emprega mais de 4 mil trabalhadores. 

 

 

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