Jornal A Semana

SOBRE ELOÍ ELISABETE BOCHECO- EX-ALUNA, MINHA MESTRA.

  • Douglas Varela
  • 03/03/2017 08:20
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ELOÍ, escritora catarinense que orgulha Zortéa, sua Terra Natal e também Capinzal, onde estudou até o 2º grau. É reconhecida nacional e internacionalmente. Fato que envaidece a nossa gente. Sempre foi uma aluna brilhante. Já editou dezenas de obras e recebeu inúmeros prêmios.
O seu último livro “COBRA NORATO e OUTRAS MIRAGENS” acaba de receber o prêmio “BOLONHA: FNLIJ's Seletion of Brasilian Writers, illustrators and Publishers 2017.
Vai fazer parte do Catálogo produzido pela FNLIJ (Fundação Nacional de Literatura Infanto Juvenil) para a Feira do Livro Infantil de Bolonha. Além da Feira de Bolonha, a FNLIJ distribui o catálogo em outras atividades ao longo do ano e ainda disponibiliza uma versão digital no site da Fundação, consultado por editores estrangeiros, além de professores e bibliotecários.
Esta conquista é uma láurea muito importante que atesta o valor da obra e o talento da escritora. Parabéns, Escritora Eloí. Você é nossa ESTRELA!!!

Escrevo um pouco sobre este livro : “COBRA NORATO e OUTRAS MIRAGENS”:
É uma celebração de figuras clássicas do folclore brasileiro, como o Cobra Norato, Saci, Curupira, Negrinho do Pastoreio, Caboclo D' água, Matinta, Boitatá, Pisadeira, Malazartes, Uirapuru, Mani, Vitória-régia, dentre outras.
O pesquisador Gilberto de Carvalho diz que o folclore é uma argamassa psíquica que entra na infância e permanece a vida inteira. É o primeiro leite intelectual como diz Câmara Cascudo, nosso maior folclorista. O folclore foi criado pelo povo simples do campo e da mata. Povo este que, não tendo acesso à literatura escrita, criou seu próprio repertório poético, transmitido oralmente de geração para geração. O repertório da tradição oral dos povos é marcado pelo ludismo, humor, afetividade e nonsense. A literatura começou sendo oral. A Odisséia e a Ilíada, bem como as narrativas bíblicas foram transmitidas, primeiramente, de forma oral. Depois é que foram registradas pela escrita.
Cobra Norato é uma declaração de bem-querer ao folclore e, ao mesmo tempo, é um reconhecimento ao trabalho literário de todos os homens e mulheres anônimos que criaram o manancial do folclore, no qual, por séculos, os artistas e criadores em geral, têm buscado inspiração para criar.
Creio que Carlos Rodrigues Brandão expressa bem o movimento que acontece na produção que toma a tradição oral como fonte de criação. Como está na epígrafe do livro:” Essas são as regras humanas da criação e do amor: fazer de novo, refazer, inovar, recuperar, retomar o antigo e a tradição, de novo inovar, incorporar o velho no novo e transformar um com o poder do outro”.
Como diz a própria escritora: “Criados pela imaginação poética dos povos do campo e da mata, as figuras do folclore brasileiro, homenageadas nesta obra, desafiam o tempo e seguem com brilho próprio, pródigas em sortilégios e encantamentos. Homenageá-las, em verso ou prosa, é um modo de regar raízes caras à memória e, também, uma forma de cultivo de parte de um repertório imprescindível da cultura brasileira”.

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