Jornal A Semana

UMA VOZ CLAMA NO DESERTO

  • Capinzal FM
  • 14/12/2018 07:58
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Esta poderia ser uma idéia central, nestas primeiras semanas do tempo de Advento e de preparação para o Natal. Uma voz que recorda a figura de João Batista, aquele que foi o precursor do Messias.


João Batista é um profeta. E profeta é todo aquele que fala em nome de Deus para dizer coisas de Deus. Ele era diferente dos outros profetas e, por ser diferente, sempre atraiu a atenção das pessoas. Em que João Batista seria diferente dos demais profetas? – Por que vinha do deserto? Por que batizava? Por que pregava? – Afinal, todas estas coisas qualquer profeta fazia. Mas João Batista era, de fato, diferente dos demais profetas. Em quê?


É ele mesmo que explica aos que vão ouvi-lo pregar, a razão e o motivo dele ser diferente dos demais: eu vos batizo com água, mais eis que vem outro, mais forte do que eu e vos batizará no Espírito Santo. Eu vim como testemunha da luz, mas não sou a luz. Eu sou a voz que clama no deserto: convertei-vos e fazei penitência de vossos pecados. E o Evangelho de Lucas diz que o profeta era assim, fala uma linguagem clara que todo o povo podia entender.


Herodes, porém, que havia sido atingido pelas suas pregações, não gostou e mandou colocá-lo no cárcere, na prisão. E o profeta foi decapitado e sua cabeça foi apresentada como brinde numa festa palacial.Mas, a voz que clamou no deserto, não foi apagada. Muitos que ouviram suas palavras, creram e se converteram ao Senhor.


O profeta é todo aquele que fala em nome de Deus. Quase sempre, suas palavras e seus propósitos não são bem entendidos por todos. Jamais fala por si e jamais luta por algo que não seja importante. Aliás, o profeta que age em função pessoal, termina sempre em nada.

O profeta, porém, que fala das coisas de Deus, arrisca-se a perder até a própria vida. É muito comum acontecer que verdadeiros profetas de Deus sejam julgados e condenados à prisão e à morte. O Santo Papa João Paulo II, um verdadeiro profeta de nossos dias, só não morreu violentamente porque Deus quis conservá-lo no mundo, depois do atentado que sofreu no dia 13 de maio de 1981.


O verdadeiro profeta fala em nome de Deus e por um ideal. É capaz de suportar e de sofrer por causa das idéias que ele defende. Primeiro, porque está convencido do que prega e denuncia. Depois, porque aquilo que ele defende interessa para o bem de um povo ou de uma comunidade.


Hoje, muitas pessoas, preferem ficar acomodadas e tranqüilas, do que se envolver com o interesses de suas comunidades. Preferem deixar que as coisas aconteçam por si do que assumir algo de positivo e de construtivo. Neste aspecto poderíamos lembrar a missão e a tarefa dos leigos no mundo da economia, da política, dos negócios e na presença da construção de uma sociedade mais justa e mais humana.


Faltam profetas no mundo de hoje, mas profetas que venham do deserto de sua pobreza, para que sua voz se faça ouvir. Mas é preciso, acima de tudo, que vivam antes, para testemunhar depois.


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