Jornal A Semana

XX Romaria de Frei Crispim ocorre neste domingo no Distrito de Santa Lúcia

  • Douglas Varela
  • 24/08/2019 09:15
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O Distrito de Santa Lúcia (Ouro) vive a expectativa da XX Romaria em honra a Frei Crispim. O evento religioso ocorre no domingo, dia 25, e promete atrair um grande número de devotos.

A nona e última noite da novena preparatória ocorreu na sexta-feira (23). A celebração foi presidida pelo Frei Pedro Cesário com o tema em destaque “Ministro Provincial – Creio na Vida Eterna. Intercessão dos Santos” com a liturgia do grupo Devotos de Frei Crispim.

O ponto alto da programação ocorre no domingo, dia 25. Às 09h30min inicia a Romaria no jazigo de Frei Crispim e segue até a capela do Distrito. Logo após haverá a celebração presidida pelo Bispo Diocesano Dom Mario Marquez e ao meio-dia será servido o almoço a base de churrasco.

 

FREI CRISPIM

Frei Crispim, nome que recebeu quando ordenado sacerdote, sendo seu nome de batismo Leão Baldo Lorensino, nasceu aos 12 de abril de 1899 em Vigorovea – Itália, diocese de Adria.

Filho de Ângelo Baldo Lorensino e Antonia Masiero.

Fez sua Primeira Comunhão com sete (07) anos de idade e aos quatorze (14) anos, acabado o primário, entrou para o seminário de Rovigo (21/07/1913). Serenamente superou o ano de experiência na vida capuchinha em Bassano Del Grappa, onde professou temporariamente (20/05/1917).

A Primeira Grande Guerra convocou todos os religiosos e também Frei Crespim, que enfrentou ásperos combates. Porém, seu coração não entendia como os homens possam odiar e até a matar. Seu espírito exultou quando definitivamente deixou a farda militar, retornando ao convento para continuar os estudos de filosofia e de teologia, quando emitiu a profissão perpétua em 14 de outubro de 1923.

Na Itália, pelos seus dotes de bondade foi destinado às fraternidades de Rovigo como Professor; de Ádria, coadjutor e Capelão do Hospital; de Vila Franca, Vigário Conventual; de Ásolo e Lendinara, Superior Local; de Pádua, Vigário Conventual. Tudo isso no período de 1926 a 1947. Em toda a parte demonstrou uma conduta aberta e retilínea.

Sua sensibilidade e amor para as almas o impeliu a pedir, em 1938, para ser enviado como missionário em terra africana.: Abissínia. As contingências históricas não permitiram que seu desejo se realizasse. Não desanimou. Insistiu. Com 48 anos de idade, renovou o pedido. Foi então enviado ao Brasil, partindo da Itália aos 21 de outubro de 1947, chegando ao Paraná, em Curitiba, aos 12 de novembro de 1947.

O Paraná e Santa Catarina o receberam de braços abertos.

Desempenhou aprimoradamente várias tarefas que os superiores acham bom entregar-lhe. Joaquim Távora (1948), Barra Fria (1948; 1953-1955), Curitiba (1948), Butiatuba ( 1948-1949; 1955-1956), Jataizinho (1952-1953), Joaquim Távora (1949-1951), Jaguariaíva (1951-1952), Ponta Grossa – Imaculada Conceição (1956-1957) e Linha Sete de Setembro - Ouro(1957-1963) admiraram esta figura de capuchinho.

Em Linha Sete de Setembro, hoje, Santa Lúcia, passou os últimos anos de sua vida.

Sua singela retidão, sua alma transparente soube dedicar-se com sincera ação, esquecia a si mesmo para o benefício dos irmãos. Todos lhe queriam bem. Sua maneira de falar, simpática, arguta com mais inesperadas saídas, ditas com grande seriedade, despertavam o bom humor e alegres risadas. Austero, rijo consigo mesmo, mas amigo indulgente e compassivo com todos. Frei Crespim tornou-se uma figura peculiar de capuchinho que em tudo procurou cumprir fielmente a vontade do Pai.

Em 22 de agosto de 1963, retornando da cidade de Curitiba, de Jeep, a poucos quilômetros de Capinzal, acabava de rezar o Santo Terço, em que admirado exclamou: “Em vossas mãos Senhor, entrego meu Espírito”! Pressentimento? Coincidência? Minutos depois, um rodopiar rápido e uma violenta batida do veículo contra o barranco tiram a vida de Frei Crespim, que fica prensado, fraturando o crânio e morrendo no local, enquanto os outros ocupantes do veículo saem ilesos. Frei Crespim, tinha pouco mais de 64 anos de idade. Voltava de Curitiba após ter participado dos festejos dos 25 anos sacerdotais do comissionário provincial, Fr. Patrício Kódermaz.

Seu enterro foi uma apoteose. De Capinzal a Santa Lúcia seus restos mortais passaram entre duas alas de pessoas que choravam comovidas, enquanto sinos de todas as capelas anunciavam a entrada do bom amigo Frei Crespim na Pátria bem-aventurada. Hoje, descansa no meio de seu povo querido e escolhido, no Distrito Santa Lúcia, Ouro, SC.

Muitos devotos afirmam que Frei Crespim ícone de sua fé, concede verdadeiras bênçãos a seus féis seguidores, que as reconhece como verdadeiros milagres.

Penitente, Frei Crespim vivia em austera pobreza. A ex-paróquia e a localidade da antiga Linha Sete, hoje Distrito Santa Lúcia devem-lhe o acabamento da imponente matriz, orgulho da população local e muitos outros feitos como a vinda das irmãs que assumiram o ensino escolar e o catecismo na localidade.

Em reconhecimento a seu trabalho, a comunidade no ano de 1968 alterou o nome da Escola que se chamava Grupo Escolar Joaquim de Azeredo para Grupo Escolar Frei Crespim, atualmente E.E.B. Frei Crespim em reconhecimento a grande atenção e preocupação que mesmo demonstrou para com o educandário Local.

Em razão de seu grandioso exemplo de vida, humanidade, bondade e amor ao próximo, o povo desta comunidade, lhe tem a mais elevada estima e devoção.

 


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