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Exclusivo Capinzal FM: Direto de Roma, Padre Scalabriniano relembra vivências com Papa Francisco e revela bastidores do Conclave

  • Gabriel Leal
  • 24/04/2025 16:23
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Nesta quinta-feira, 24 de abril, mais de 60 mil pessoas passaram pela capela-ardente do Papa Francisco, montada na Basílica de São Pedro, no Vaticano. A multidão prestou suas últimas homenagens ao pontífice que marcou uma era na Igreja Católica com sua simplicidade, postura acolhedora e defesa dos mais vulneráveis.

A capela-ardente foi aberta ao público na quarta-feira e seguirá acessível até esta sexta-feira (25), às 19h (horário de Roma), quando será realizada a cerimônia de fechamento do caixão. O corpo do Papa repousa em um caixão de madeira simples, como ele próprio havia solicitado, sem a tradicional plataforma elevada, em mais um gesto de humildade que marcou seu pontificado.

O funeral de Estado do Papa Francisco está marcado para este sábado, 26 de abril, às 10h (horário local), com a Missa Exequial presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re. Após a celebração, o corpo será conduzido em procissão até a Basílica de Santa Maria Maior, também em Roma, onde será sepultado — desejo manifestado por Francisco, que optou por não ser enterrado dentro do Vaticano.

Voz capinzalense no coração da Itália

Para compreender mais sobre o clima na capital italiana neste momento histórico, a reportagem conversou com o padre Sérgio Durigon, scalabriniano e atual diretor da Pastoral Migratória na Diocese de Vicenza, no norte da Itália.

Padre Sérgio nasceu em Anita Garibaldi, em Santa Catarina, mas possui raízes profundas no município de Ouro. Seus pais, Carpi Durigon e Ida Delazari Durigon, são naturais da cidade, e seus avós paternos estão sepultados na comunidade de Linha São Paulo, enquanto os maternos descansam na comunidade de Nossa Senhora da Saúde, ambas em Ouro.

Em 2013, padre Sérgio estava na Praça de São Pedro, em Roma, quando Francisco foi eleito Papa. Na ocasião, ele concedeu entrevista à Capinzal FM, comentando a comoção dos fiéis e a expectativa para aquele novo momento da Igreja. Agora, novamente presente, ele testemunha outro capítulo da história: a despedida do pontífice.

Com uma longa trajetória como missionário scalabriniano — congregação voltada ao atendimento de migrantes e refugiados — padre Sérgio vivenciou diversos momentos próximos ao Papa Francisco, sobretudo em encontros e audiências que envolviam temas sociais e de acolhimento. Ele recorda que, enquanto religioso scalabriniano, sentia-se representado pelo Papa, que dava voz aos que não tinham vez.

Relembrando o Conclave e o futuro da Igreja

Durante a entrevista, padre Sérgio também relembrou a história de Viterbo, cidade onde viveu e que sediou o primeiro Conclave da história, em 1268. Na ocasião, como os cardeais não chegavam a um consenso, o povo decidiu trancá-los e oferecer apenas pão e água até que escolhessem um novo papa. Foi desse episódio que surgiu o Conclave como é conhecido atualmente.

Sobre o novo processo de escolha, que deve ocorrer nas próximas semanas, ele lembrou que os últimos dois pontífices — Bento XVI e Francisco — não estavam entre os favoritos, reforçando que a decisão é conduzida não apenas por critérios humanos, mas pela ação do Espírito Santo.

Ouça a entrevista:

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