Jornal A Semana

A CASA DOS DESENHOS: HISTÓRIA E ARTE

  • Douglas Varela
  • 22/05/2020 17:52
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Zélia Maria Bonamigo
Jornalista e Antropóloga
zeliabonamigo@uol.com.br

Você sabe que desenhos, pedras antigas e formas de se fazer construções, taipas e festas, são fontes de pesquisa em História e se tornam linguagens de comunicação?

Há algumas semanas, ao ver as imagens ilustrativas da previsão do tempo, de Ronaldo Coutinho, na Rádio Capinzal, a foto de uma casa antiga me chamou atenção, por se parecer um pouco com a casa do meu pai, Alduino Bonamigo (in memoriam).

Por uma rede social, encontrei Fernanda Faé, que me informou ser de propriedade de Américo Faé e Dirlei Maria Bortoli Faé, cujos filhos são Fernanda, Petrônio e o neto Gabriel Lucas. Ótimo! O passo seguinte foi entrevistá-los.

Nessa entrevista fui informada de que o autor daquela foto é Douglas Varela, diagramador e fotógrafo do Jornal A Semana - Rádio Capinzal. E que outras diversas imagens do local também foram feitas por ele, especialmente aquelas que ilustraram a publicação Propriedade do interior de Ouro produz graviola e outras frutas diferentes, de 15.mai.20, do mesmo Jornal.

Perguntei ao Douglas qual foi a especial motivação de fazer as imagens da casa antiga com riqueza de detalhes. Veja a sua resposta:

Como estou indo, juntamente com Luiz Pedro Scarton, ver a questão das histórias, quando vi a casa, me surpreendi [...]. Me chamou muita atenção a questão da estrutura e do envelhecimento dela, mas com o cuidado e o capricho do casal Faé, bem como os detalhes das festas e casamentos lá realizados.[...] Eu, tento capturar ao máximo os detalhes para que as pessoas enxerguem, através das fotos, o que não conseguem enxergar ao vivo.

E quem foram os pais de Américo? José Faé e Ana Maria Matia Faé. “Quando me casei com Américo, esta propriedade já existia, era ainda dos pais dele”, comenta Dirlei, 65. A casa situa-se a 2 km da sede da Linha Carmelinda e a 20 km da cidade de Ouro-SC.

José visitou o local antes, com os irmãos dele, Olivo e Domingos, “para 'olhar' os terrenos. Vieram cortando picada, a cavalo, atravessaram a balsa em Marcelino Ramos e chegaram até aqui. Depois, saíram de Monte Belo-RS, onde moravam, para chegar a esta localidade. Vieram com as mudanças em carretas”, relata Américo.

E como eram preparadas as tábuas para a casa e as tabuinhas para cobri-la provisoriamente, já que não se podia contar com serviços de serraria? Naquele tempo, eram derrubados cedro e pinheiro, e as tábuas eram serradas à mão. Havia o lascador para as tabuinhas, de 1 m, e eram usados machado e serrote. O metro era medido a partir de quatro dedos abaixo do umbigo até o chão.

Já as tábuas de 4 m, de madeira quadrada, eram serradas à mão, em duas pessoas: uma ficava embaixo, outra em cima do estaleiro, trabalho difícil. O estaleiro era feito de forquilhas, perto do mato. Eram roladas as toras em cima, serradas e arrastadas por cavalos até a casa. Quer conhecer mais essa história e sobre pedras e costumes? Prossiga, nos veremos entre as páginas adiante.

 

 


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