Jornal A Semana

Capinzalense se destaca na produção de facas artesanais / VÍDEO

  • Douglas Varela
  • 27/06/2020 11:13
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Julio Cesar Perotoni Susin, de 33 anos, se dedica à cutelaria há pouco mais de um ano 

A produção artesanal de facas tem ganhado espaço no mercado nacional e despertado cada vez mais o interesse de artesãos da região. Exemplo disso é a dedicação do capinzalense Julio Cesar Perotoni Susin.

Formado em administração, com especialização em administração financeira, ele utiliza parte do tempo vago para a cutelaria. Aos 33 anos, atua profissionalmente como corretor de imóveis e no financeiro na empresa Lar Construtora e Incorporadora.

A INICIAÇÃO

Susin contou à reportagem do Jornal A Semana que sempre gostou de produtos artesanais, principalmente, os feitos com madeira, aço e ferro. “Há mais ou menos um ano conheci o cuteleiro Gilson Bortolini, de Piratuba (SC), através do seu canal no YouTube, no qual estava lançando um curso online de iniciação a cutelaria e decidi me inscrever. A partir daí fui incluído em um grupo de cuteleiros” explicou ao comentar o início de tudo.

Após a conclusão do curso de "Iniciação a Cutelaria" com o cuteleiro Gilson Bortolini, ingressou em um novo curso de "Facas Forjadas" ministrado pelo mestre cuteleiro Ismael Biegelmeier juntamente com Gilson Bortolini.

O capinzalense informou que começou na cutelaria por hobby e ainda pratica por hobby a atividade. Nesse período de pouco mais de um ano já produziu 45 facas. O foco dele está voltado para a produção de facas e alguns serviços de restauração.

A PRODUÇÃO

O primeiro passo é a escolha do modelo. Atualmente produz facas pequenas e para churrasco. Alguns modelos foram desenhados por ele e outros são de colegas, foram oferecidos através dos cursos que participou ou ainda estão disponíveis na internet. Normalmente o molde é por iniciativa do cliente.

O passo seguinte é a escolha do aço. Susin explica que existem muitos tipos utilizados na cutelaria, mas ele tem optado pelo aço carbono 5160 por ser de fácil acesso e manuseio. É o chamado aço dos iniciantes.

Em seguida, o molde é transferido para o aço selecionado e a peça é a cortada com a ajuda de uma esmerilhadeira. A lamina é presa na morsa sobre a bancada e, utilizando todos os EPIs, realiza o corte lento e gradativo.

Depois disso, a peça segue para a têmpera, passa pelo revenimento, pela lixação manual, colagem do cabo, usinagem do cabo, bainha e pela a afiação. A madeira utilizada é tratada.

 

 

APERFEIÇOAMENTO

Julio Susin afirma que a troca de experiências é constante com os professores dos cursos e com o experientes colegas que conquistou em todo o Brasil e com quem se comunica através dos grupos de WhatsApp.

Ele fez questão de agradecer alguns colegas que ajudaram no crescimento. “Além dos professores Gilson Bortolini da GB Cutelaria de Piratuba, Ismael Biegelmeier do RS, citou os colegas Daniel da DSN Cutelaria de Manaus (AM), cuteleiro q iniciou junto comigo, após ficar cego de um olho, Cleverson Faverzani da Cutelaria Faverzani, Donato de Manaus (AM), Ricardo Chinato iniciante de Catanduvas, Roberto Silveira de Santa Vitoria dos Palmares (RS), Rafael Rutsatz, de Candelária (RS) e todo grupo do Irmãos de Forja GB onde todos nos conhecemos” finalizou.

Ele destaca e agradece o incentivo que recebe dos familiares e dos amigos para se manter em atividade.

EXPOSIÇÃO 

Susin informa que a maioria das peças já foram comercializadas para amigos e colecionadores da região e outras foram enviadas para Florianópolis (SC), Curitiba (PR) e para cidades do Rio Grande do Sul. As fotos das facas finalizadas estão disponíveis nas redes sociais.


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