Zelia Maria Bonamigo
Jornalista e Antropóloga
zeliabonamigo@uol.com.br

Fotografar é tudo de bom, não é mesmo? Ainda mais com o celular. Você clica e pronto, lá está a migalha de mais uma história de sua vida. E o que você faz? Posta nas redes sociais e aguarda as curtidas e os “comentários”? E em seguida a foto perde o interesse e você procura outra, outra e mais outra?

Sem entrar em discussões de segurança das imagens na internet, minha intenção aqui é lhe chamar a atenção para a legendagem da foto.

─ Onde guarda suas fotos? Em pastas no computador? Imprime? Faz um álbum?

Ótimo! Deu um passo adiante, estão a salvo, por enquanto. Mas se você não as legendar, após os magnetismos dos primeiros momentos, ficarão esquecidas. E você olhará para aquele grupo de pessoas sem a lembrança de quem são, quando foi, o que estavam fazendo... Elas não lhe dizem mais nada, apesar de que possa vislumbrar suas almas. E mais, brincadeiras à parte, elas podem até rir da sua cara...

Observe a foto deste artigo. Encontrei-a nos guardados da família, junto com muitas outras. Pois bem, gostaria de indicar o crédito da foto, mas... cadê a legendagem? Não se sabe....

E por que ela está aqui? Porque sei que diversos dos fotografados podem ser de pessoas das comunidades de Novo Porto Alegre e de Coxilha Seca (Ouro-SC), mas não há nada especificado em seu verso. Perguntei a algumas pessoas da comunidade se conhecem esses personagens. Eles saíram em busca do reconhecimento, com boa vontade, mas o que se conseguiu, até o momento, foi a indicação do nome provável de somente uma pessoa. Que pena! E como saber mais?

Ah ─ me lembrei ─ existe uma forma de obter ajuda: Por que não perguntar para os leitores da minha coluna no jornal A Semana? Boa ideia! E aqui estou, portanto, lhe interpelando: Por favor, você conhece alguém dessa foto histórica? Caso conheça, com certeza, faça como no exemplo a seguir.

Da esquerda, para a direita, a 6a pessoa é Jacob Morosini, morador da localidade de Coxilha Seca, com idade aproximada entre 20 e 30 anos. Foto de.... (nome do autor), em ...... (dia, mês e ano, ou somente ano). Se não tem certeza da data indique, “data provável” entre ....e .... (ano e ano).

Em outras palavras, para legendar sua foto impressa: Escreva no verso, a lápis, levemente, respondendo: Quem está na foto? O que está fazendo? Em que local? Quem fotografou? Em que dia e hora? Se faltar a identificação do autor, escreva: autoria não registrada, ou autoria não identificada.

Caso você tenha alguma informação complementar da foto, por favor, me informe. E se você for alguém que legendou suas fotos antigas e quiser contar a história de algumas delas, escreva para mim, será divulgada neste espaço.

Você faz ideia de quantas pessoas de suas fotos antigas gostariam de que sua história fosse contada para alguém da família, da comunidade, em um artigo e até em um livro? Rezar pelas almas dos mortos é um ato de fé, é verdade, mas atualizar sua memória é uma narrativa histórica importante. Vamos nessa?