Jornal A Semana

O QUE TEMOS, O QUE QUEREMOS

  • Douglas Varela
  • 23/11/2020 09:37
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A Medicina de ponta, tal e qual representada nas séries de televisão e por vezes verificada na prática, está a serviço da população por meio da oferta de recursos bastante primoroso do ponto de vista técnico: maquinários modernos empregados em cirurgias, medicamentos biológicos muitas vezes importados, profissionais com formação rica e aprofundada na sua área de atuação. Muitas vezes invejados, tais centros acabam sendo tidos como a referência em bons resultados, sendo assim o local mais desejado por quem se encontra enfermo e esperando, a grande custo, uma vaga para internação. Historicamente conceituados por terem sido a casa de profissionais que marcaram sua época, esses hospitais de referência merecem ser respeitados não apenas pela importância social que detém no presente, mas também pelo nível de desenvolvimento arduamente cultivado lá dentro, dia após dia, por anos a fio, até que o prodigioso destaque fosse finalmente conquistado.

Pensemos agora como atingir esse marco: contar com um hospital de primeiro mundo disponível para a população. Sem sombra de dúvida, recursos financeiros são mais do que necessários – lembrando aqui que até mesmo um copo plástico usado para beber água tem seu preço agregado -; em segundo lugar, nenhum serviço qualificado pode ser realizado sem que um bom profissional esteja disponível para realizá-lo e por fim, mas não menos importante, precisamos de pesquisa científica local ou pelo menos nas proximidades para promoção de melhorias. Analisando o primeiro ponto desse tripé, já é possível identificar um grande obstáculo: fundos de investimento... Onde consegui-los? E mais: como dividi-los entre tantos serviços que devem ser concluídos? Nada mais certo do que priorizar a demanda mais exuberante naquele contexto e assim desembocar o grosso dos recursos nesse setor, sem esquecer dos demais alicerces que certamente requerem capital para continuarem funcionando. Aqui faremos uma ligação com o segundo item do tripé: mão de obra qualificada tem seu preço, principalmente pelo tempo e empenho que demandou para ser forjada, assim como pela disputa em que se insere dentro do mercado de trabalho... Ganha quem oferece mais, mas não necessariamente um valor em dinheiro, mas sim ganhos alternativos, sobressalentes, que muitas vezes acabam não sendo compreendidos pelo grande público. O que nos leva ao terceiro item.

O ganho de conhecimento! Pesquisa, descobertas, aprimoramentos... De nada adianta contarmos com o equipamento mais moderno sem um profissional atualizado que o manuseie da maneira mais adequada e descubra como explorá-lo progressivamente. É a ciência que coloca às portas da população as resoluções paras as doenças e explica o porquê de cada procedimento ser realizado da maneira como é. São evidências numéricas que representam uma população cuidadosamente manejada para evitar viés (falhas) e que respaldam tanto o que é feito rotineiramente dentro dos hospitais, quanto as melhorias que ainda estão por vir. Nesse aspecto, é de extrema importância que a pesquisa seja realizada no local em que se deseja implementar determinada ação em saúde, ao passo que cada contingente humano possui suas particularidades tanto em relação a características, quanto a necessidades. Assim, um centro médico também é um centro de estudo! A epidemiologia anda junto com a medicina preventiva e são elas as grandes responsáveis por termos maravilhas da medicina lá no final da estrada.

Comecemos no dia de hoje a incentivar a pesquisa para que possamos também estar sendo assistidos por centros de ponta em um futuro próximo. O que temos hoje é uma janela de oportunidades para o que realmente queremos e precisamos em relação ao cuidado com nosso próprio corpo.

 

 


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