Zelia Maria Bonamigo
Jornalista e Antropóloga
zeliabonamigo@uol.com.br

Quem leu o artigo anterior, sobre a igreja Matriz de madeira, em Capinzal (SC), soube que ela foi totalmente destruída. Os compromissos paroquiais passaram a ocorrer na capela de Nossa Senhora dos Navegantes, em Ouro (SC). E foi então que chegaram os primeiros Capuchinhos (SC), como registra o Primeiro Livro Tombo, na Ata de 5 de julho de 1936:

[...] Aos 5 de julho de 1936, na Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes em Ouro, Matriz provisória da Paróquia de Rio Capinzal, na minha presença, compareceu acompanhado das testemunhas abaixo assinadas, o Revmo. Pe. Frei Constantino de Verona, vigário desta Paróquia, nomeado por provisão de 9 de junho de 1936; em seguida mandei proceder à leitura da provisão, e o introduzi na posse desta Paróquia, observando o cerimonial prescrito, sem que houvesse contestação alguma. E para constar, lavrei esta ata, que assino com o novo Pároco e testemunhas designadas. Ouro, 5 de julho de 1936. (a): Frei Pio Foecher, OFM; (a) Fr. Constantino de Verona; (a) Domingos Ampessan, (a) Marino Favero.

Frei Constantino de Cellore (João Gozzo), 1897-1985, que na ata acima está como Frei Constantino de Verona, é o mesmo. Verona (Itália) é o local da diocese onde ele nasceu.

Frei Constantino, filho de Luís Gozzo e Maria Spezie, nasceu em Cellore, município de Illiasi, diocese de Verona (Itália), aos 04.12.1897. [...] Com 13 anos entrou no seminário de Rovigo. Iniciou o noviciado em Bassano del Grappa aos 26.08.1913 tendo emitido a profissão temporária no mesmo local aos 01.09.1914. [...]. Emitiu os votos perpétuos aos 15.08.1921, Foi ordenado presbítero na Basílica de São Marcos, de Veneza, aos 05.04.1924. [...] Exerceu seu ministério sacerdotal em diversas localidades. Em Capinzal (SC) (1936-1941), foi o primeiro frade a residir em Santa Catarina [....]. Faleceu no dia 08.03.1985 no hospital N. Sra. das Graças, em Curitiba, com 87 anos de idade, 70 de vida religiosa, 61 de sacerdote e 59 de missionário (Conheça também as biografias de Frei Beda Toffanello de Gavello (1907-1986) e de Frei Galdino Miotto de Vigorovea (1911-1977) no link da legenda da foto).

Frei Juarez De Bona, que relata ter conhecido pessoalmente Frei Constantino, em 1974, quando era noviço, comenta:

[...] Ele era muito estimado e respeitado por todos os Freis por sua bondade, generosidade, fidelidade, confessor cheio de misericórdia, muito aberto e compreensivo aos novos tempos. Todos os dias, após o almoço, ele visitava os doentes do Hospital N. Sra. das Graças e cada dia um noviço ia com ele. Era sempre alegre, tratava bem a todos, sem distinção [...].

Belo depoimento, não é mesmo? E você? Tem alguma lembrança, de quando era criança, dos costumes dos mais idosos? Escreva para mim. Será uma ótima oportunidade de você participar desta coluna, e de socializar a sua história. Vamos nessa?