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Ouro - 40 Anos da tentativa de assalto a agência do Banco Bamerindus

  • Capinzal FM
  • 04/09/2020 10:35
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A tentativa de assalto a agência do Banco Bamerindus de Ouro completa 40 anos nesta sexta-feira, dia 04. A lembrança de um dos mais sangrentos episódios da recente história do Município ainda permanece viva na memória dos mais antigos.

No dia 04 de setembro de 1980, durante o meio dia, três homens armados com revolver e facas invadiram a antiga agência bancária, localizada na Rua Felipe Schmidt, no centro da cidade, e anunciaram o assalto. Os funcionários foram rendidos e trancados no banheiro.

A notícia do assalto logo se espalhou. Caminhões foram colocados nas saídas da cidade para evitar a fuga dos bandidos. O então Sargento Pedro Morosini, designado delegado de Ouro, foi chamado e ouvindo os gritos dos funcionários pedindo socorro adentrou na agência e como forma de intimidar os assaltantes ele falava que era para dois cuidar da porta, mais dois na janela e o restante ficarem de prontidão, mas na verdade ele estava sozinho.

O repórter Fabio José visitou nesta sexta-feira o advogado que relembrou do fato que hoje completa 4 décadas. Em entrevista ele relembrou alguns momentos do fato:

 "Entrei e fiquei atrás de um pilar do banco, momento que eu ouvi os assaltantes gritarem que tinha sujado e era para me eliminar, eles descarregaram as armas e não conseguiram me acertar, quando o chefe deles chegou perto de mim eu consegui desviar sua arma e atirei no peito dele, acabei segurando a arma dele em minha mão, ele não caiu, entramos em luta corporal, ele estava baleado e tinha uma faca que acabou me cortando, neste momento consegui dar um chute em seu peito me desprendendo quando eu ouvi um tiro vindo de fora, acertou na cabeça do bandido mas também acabou acertando no meu pé, o assaltante não levantou mais.

Neste momento o banco já estava cercado de populares todos armados e atirando, mas tinha que tomar cuidado pois no local haviam os funcionários que tínhamos que preservar, eu estava com o meu revólver e o do assaltante e comecei atirar deitado, tinha perdido muito sangue, um dos homens passou as mãos no chão e se sujou de sangue e saiu para fora com as mãos para o alto e os populares o prenderam.

Sobrou mais um nem eu nem ele tinhamos mais munição então lutamos no chão ele estava ponto de cravar o punhal em meu peito eu estava segurando mas não tinha mais forças devido aos meus ferimentos, momento que o guarda do banco buscou uma arma com os populares que estavam fora da agência e chegou perto colocando o revólver no pescoço do bandido eu não tinha mais força para falar apenas fiz um sinal com a cabeça que ele poderia atirar. O assaltante não morreu na hora, foi morrer três dias depois no hospital de Joaçaba, morreu mas antes falou para um guarda que fazia a segurança: Se eu escapar com vida aquele “sargentinho” está morto”."

Dr Pedro Morosini, como é conhecido na região, comentou que se fosse preciso faria tudo igual, cumprindo seu juramento que é o de proteger, no seu corpo ainda existem muitas marcas deste dia sangrento para o município de Ouro.

O atendente Ladir Reina e o vigia da época, Onorino da Silva também ficaram feridos.

Os assaltantes mortos eram de São Paulo e trabalhavam na construção no frigorífico das Indústrias Reunidas Ouro (Hoje BRF).

 


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