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Ouro comemora 58 anos de emancipação

  • Jardel Martinazzo
  • 07/04/2021 06:24
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Foto: Área Central de Ouro e bairro Navegantes

“Um município ordeiro, de pessoas batalhadoras”. Assim descreveu o prefeito Claudir Duarte (Dire) no dia em que Ouro comemora 58 anos de emancipação político-administrativa, nesta quarta-feira, 07 de abril. Ele frisou a alegria em poder estar à frente do Executivo municipal. 

Devido à pandemia, não haverá nenhuma programação festiva e através da Secretaria da Educação foi produzido um documentário, com envolvimento das escolas, que retratam a história do município. O material será reproduzido pelas redes sociais. Com relação ao feriado municipal, a administração entende que a classe comercial já está enfrentando problemas por conta da pandemia e, com isso, foi decretado ponto facultativo. 

Foram três anos atuando como vereador e no dia 1º de janeiro, Dire assumiu o município ao lado do vice Rene Modena com o grande desafio da pandemia que desde o ano anterior vinha afetando algumas ações. Citou que sua equipe se esforçará ao máximo para corresponder às expectativas dos munícipes e contribuir com o desenvolvimento.

Segundo o chefe do executivo ourense, além da saúde, uma grande preocupação nesses primeiros meses de gestão é com a Secretaria da Agricultura. A economia do município está diretamente ligada ao setor agrícola que há alguns anos vem amargando prejuízos consideráveis por conta de eventos climáticos como enxurradas, granizo e estiagem.

Duarte informou que a Secretaria de Agricultura ainda está em fase de organização e nos próximos dias nomeará um novo diretor para a pasta. De momento, as atividades são acompanhadas pelo vice Rene. A expectativa é que em breve possa colocar em prática alguns projetos para atender a demanda dos agricultores.

Conforme os dados fornecidos pela prefeitura, Ouro possui cerca de 800 famílias com alguma atividade agrícola. São 13 agroindústrias familiares, distribuídas em vários segmentos como: embutidos, abatedouros, moinhos coloniais, derivados de cana, laticínio, ovos caipiras, aipim entre outros.

O alicerce da produção agropecuária está nos setores de rebanho bovino, com mais de 25 mil cabeças; aves, com mais de 2 milhões; suínos, com 70 mil cabeças e bovinocultura de leite com atuação de 250 famílias que juntas produzem 30 milhões de litros de leite por ano. Conta ainda com 4 mil hectares de área plantada de milho (grãos e silagem) e 600 hectares de soja.

“Buscaremos novas tecnologias para melhorar a parte agrícola do nosso município e oferecer uma boa infraestrutura para que os nossos produtores possam escoar sua produção com mais tranquilidade”, destacou Dire.

Ainda sobre a pandemia, Dire destacou que a redução do número de casos ativos nos últimos dias se deve o empenho da Secretaria da Saúde e consciência da população. “Nosso maior presente nesse aniversário de 58 anos do município é a redução de casos e esperamos que a população continue se cuidando que logo vamos vencer”, finalizou. 

No perímetro urbano, o município de Ouro conta atualmente com 744 empresas cadastradas, entre comércio, indústria e prestação de serviço. Hoje estão cadastrados 2.390 imóveis que pagam IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

O último Censo, realizado em 2010, apontava que Ouro contava com uma população de pouco mais de 7.300 habitantes. 

 

 

História

Com a implantação da Ferrovia Paraná/Santa Catarina, hoje Rede Ferroviária Federal S/A, imigrantes de origem italiana, vindos do estado do Rio Grande do Sul, instalaram-se no Meio Oeste Catarinense, formando pequenos grupos de habitantes, que deram origem á várias vilas. Uma delas, Ouro, situada às margens do Rio do Peixe, foi fundada em 20 de outubro de 1906, ficando vinculada administrativa e politicamente ao município de Campos Novos.

Em 1945, Joaçaba, uma das várias vilas, desmembrou-se do município de Campos Novos, conquistando para si as terras da Vila de Capinzal. Mais tarde Capinzal iniciou um movimento para emancipar-se de Joaçaba e requereu partes das terras pertencentes a Campos Novos, compreendendo Ouro, Lacerdópolis e Presidente Castelo Branco. Estas terras eram muito disputadas, pois pertenciam à zona de litígio, " O Contestado", episódio histórico muito conhecido dos catarinenses.

Passados alguns anos, Ouro iniciou seu movimento de emancipação, desmembrando-se de Capinzal em 23 de Janeiro de 1963 e instalado em 07 de abril do mesmo ano, sendo empossado como prefeito interino o advogado Dr. Nelson de Souza Infeld.

O Sr. Luiz Gonzaga Bonissoni foi o primeiro prefeito eleito. Ao município de Ouro foram anexados os Distritos de Lacerdópolis e Presidente Castelo Branco que por sua vez também fizeram seus movimentos de emancipação, conseguindo esse intento em 1964.

Desde o início da colonização os imigrantes italianos foram atraídos para a região pela possibilidade de cultivar o cereal mais importante da época, o trigo. A cor amarelada dos campos de trigais deu origem ao nome do município.

A primeira atividade econômica surgiu em função da urgência de suprir as necessidades dos trabalhadores da ferrovia em construção, bem como de suas famílias. Os armazéns, como eram chamados, comercializavam principalmente gêneros alimentícios e utilidades diversas.

Paralelamente outras pessoas criavam e abatiam seus rebanhos de gado e suínos, dando suporte ao comércio local, que prosperava porque muitas famílias fixaram suas residências na Vila, após a conclusão da ferrovia.

A construção da estrada de ferro facilitou o escoamento da produção agrícola, e as instalações das indústrias Reunidas Ouro S/A vieram a incrementar a produção de suínos, aquecendo a atividade econômica na região.


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