Jornal A Semana

SOBRE A IGREJA MATRIZ DE MADEIRA NO DISTRITO DE RIO CAPINZAL

  • Douglas Varela
  • 11/12/2020 14:58
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Imagem: Primeira igreja católica no distrito de Rio Capinzal, construída, provavelmente, entre 1916 e 1917. Crédito: Autoria não identificada, reproduzida por Studio Foto Real de Capinzal, no livro de Brancher, Holga Maria Siviero. Capinzal fronteiras socioeconômicas: um diagnóstico municipal (1910

Você me pergunta: “A primeira matriz de Rio Capinzal foi construída de propósito para ser matriz? Onde se localizava? Era de madeira ou material?”. Pois vejam que questionamento interessante! Sim, porque existem respostas, mas, como escrevi no artigo anterior, temos que perguntar, seja para as pessoas, seja para as fontes de pesquisa que temos ao alcance, sempre tentando descobrir as fontes primárias de pesquisa.
Eu já vinha lendo outros livros que falam sobre o tema, mas restavam perguntas sem respostas, porque isso aconteceu há algum tempo. Mas, felizmente, o Livro Tombo da Paróquia de São Paulo Apóstolo, em Capinzal (SC), valiosa fonte de pesquisa, nos conta que, quando houve a decisão, por parte de Dom Daniel Hostin, de erigir uma Igreja Matriz na paróquia recém-criada, ele não disse que deveria ser construído algo especialmente para essa nova fase, mas escolheu a capela de São Paulo Apóstolo, já existente, localizada na sede do distrito de Rio Capinzal. Veja:

“Erigimos em Igreja Matriz da nova paróquia a capela de São Paulo Apóstolo, sita na sede do distrito de Rio Capinzal, a qual, assim elevada, passa a ter todas as prerrogativas e privilégios que competem às igrejas. Pelo que deverá possuir um Sacrário onde se conserve com a devida decência, verdadeiro culto e profunda reverência o precioso tesouro do Santíssimo Sacramento da Eucaristia [...] e possuirá tudo o que se exige e é necessário a uma Igreja Matriz regularmente provida” (Primeiro Livro Tombo, p.1 verso, em 25 de janeiro de 1931).

Exato, e além dessa e de outras diversas características de uma Igreja Matriz, que você poderá ler diretamente no Livro Tombo, Dom Daniel manda: “Que seja criado o Arquivo da nossa Paróquia, possuindo o mesmo todos os livros paroquiais e o mais que dele se deve encontrar”. Ou seja, valorizam-se os registros históricos.
Assim, já temos a primeira resposta. Mas e sobre a localização exata na sede? Era de madeira ou material? Bem, aí as respostas são dadas pelo pároco Frei Emerson José Orane, dizendo que se localizava “onde foi construída a nova”, e que foi “a mesma que pegou fogo”.
A propósito, portanto, da primeira igreja matriz, de madeira, comenta Dom Daniel:

“Pavoroso incêndio devorou a igreja matriz e a casa paroquial de vossa paróquia. Resignados sofrestes o duro golpe, [...] Que fazer agora? Cruzar os braços? Não. Deveis levantar um novo templo, digno de sua divina majestade” (Primeiro Livro Tombo, p.13 verso, em 24.fev.1935).

Num próximo artigo, mais adiante, você terá a oportunidade de conhecer outros aspectos dessa história. Agradeço ao Pároco, Frei Emerson, e equipe, pelo envio das digitalizações das páginas do Livro Tombo I, que me proporcionou fazer mais este artigo.
E você? Conhece algum fato histórico sobre o tema? Escreva para mim, talvez seu tema possa fazer parte desta coluna. Vamos nessa?


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